Dr. Bruno Psiquiatra Uberlândia

Mulheres com TDAH: Desafios no diagnóstico e tratamento tardio

Psiquiatra,Psiquiatria,Saúde Mental
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Por muito tempo, o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) foi visto como um problema que afetava apenas meninos inquietos na escola. Essa visão acabou deixando muitas meninas de fora do diagnóstico, levando mulheres a descobrirem tarde na vida que boa parte das dificuldades que enfrentaram tinham um nome. O Dr. Bruno, especialista em saúde mental, explica por que o TDAH em mulheres muitas vezes passa despercebido e como identificar, tratar e viver melhor com esse transtorno.

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Mulheres com TDAH: Desafios no diagnóstico e tratamento tardio

Por que o TDAH passa despercebido em mulheres?

O TDAH nas mulheres tem um jeito próprio de se manifestar. Enquanto nos meninos os sintomas costumam ser mais visíveis, como agitação extrema e dificuldade em seguir regras, as meninas tendem a ser mais silenciosas. Muitas crescem ouvindo que são distraídas, esquecidas ou “bagunceiras”. Algumas se esforçam ao máximo para se encaixar, gastando uma energia enorme para esconder suas dificuldades. Outras são taxadas de preguiçosas, mesmo tentando de tudo para manter a rotina.

Como o transtorno tem sido pouco estudado no público feminino, é comum que mulheres passem anos sem entender por que se sentem tão sobrecarregadas, procrastinam tanto ou parecem ter um cérebro que nunca desliga.

Principais sinais do TDAH em mulheres

  • Dificuldade em manter a concentração por longos períodos;
  • Esquecimento frequente de tarefas importantes;
  • Sensação de estar sempre sobrecarregada;
  • Mudanças de humor repentinas;
  • Tendência à procrastinação e à desorganização;
  • Fadiga mental por tentar se encaixar nos padrões.
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Mulheres com TDAH: Desafios no diagnóstico e tratamento tardio

O impacto de um diagnóstico tardio

Descobrir que tem TDAH na vida adulta pode ser um misto de alívio e frustração. Por um lado, há a explicação para anos de dificuldades e desafios. Por outro, vem a sensação de que a vida poderia ter sido muito mais leve se o diagnóstico tivesse vindo antes.

Os desafios de um diagnóstico tardio:

  • Mulheres com TDAH frequentemente enfrentam dificuldades acadêmicas e profissionais, sentindo que precisam se esforçar mais do que os outros para obter os mesmos resultados;
  • Problemas em manter relacionamentos e amizades, muitas vezes se sentindo incompreendidas ou frustradas por serem “esquecidas demais” ou “sensíveis demais”;
  • Sensação de exaustão mental por tentar esconder as dificuldades e compensar os desafios com esforço dobrado.
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Mulheres com TDAH: Desafios no diagnóstico e tratamento tardio

A influência dos hormônios no TDAH feminino

O TDAH nas mulheres pode ser ainda mais desafiador devido às oscilações hormonais ao longo da vida. Muitos sintomas pioram em momentos específicos, tornando o diagnóstico e o tratamento mais complexos.

Quando os sintomas podem se intensificar:

  • Na adolescência, com as mudanças hormonais e a pressão social aumentando;
  • Durante a gravidez, quando algumas mulheres relatam melhora, enquanto outras sentem uma intensificação dos sintomas;
  • No pós-parto, devido às oscilações hormonais e às novas demandas da maternidade;
  • Na menopausa, quando a queda nos hormônios pode agravar a desatenção e os lapsos de memória.
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Mulheres com TDAH: Desafios no diagnóstico e tratamento tardio

Tratamento e estratégias para tornar a vida mais leve

Saber que se tem TDAH não muda o passado, mas pode transformar o futuro. Com as ferramentas certas, é possível criar uma rotina mais equilibrada e menos desgastante.

1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

A TCC é uma grande aliada no tratamento do TDAH, ajudando a desenvolver estratégias práticas para organizar melhor o tempo e lidar com as emoções.

2. Medicação como suporte

Nem toda mulher com TDAH precisa de medicação, mas para algumas, os remédios podem ajudar a melhorar a atenção e reduzir a impulsividade. O ideal é que seja acompanhado por um profissional da saúde mental.

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Mulheres com TDAH: Desafios no diagnóstico e tratamento tardio

3. Técnicas de organização que fazem a diferença

  • Uso de listas e aplicativos para lembrar compromissos;
  • Divisão de tarefas em pequenos passos para evitar sobrecarga;
  • Criação de uma rotina que funcione dentro do próprio ritmo.

4. Cuidando da mente e do corpo

  • Exercícios físicos ajudam a regular os neurotransmissores e reduzir o estresse;
  • Alimentação equilibrada contribui para a saúde mental;
  • Ter uma rede de apoio, seja com amigos, familiares ou grupos de pessoas que vivem desafios semelhantes, faz toda a diferença.

O diagnóstico de TDAH pode ser tardio, mas nunca é tarde para buscar qualidade de vida. Com acolhimento, suporte adequado e estratégias personalizadas, é possível transformar a forma como o TDAH é vivido e criar um dia a dia mais leve e produtivo. O Dr. Bruno reforça a importância de buscar profissionais especializados que compreendam as particularidades do TDAH em mulheres e possam oferecer o suporte necessário para cada fase da vida.

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