Sabe aquele clichê de comparar a vida a uma montanha-russa? Pois é, pra quem vive coma bipolaridade, essa comparação é quase literal. Num dia, a pessoa tá cheia de energia, como se pudesse conquistar o mundo; no outro, é como se um peso enorme caísse sobre os ombros, e só levantar da cama parece impossível. E esse vai e vem de emoções pode ser muito difícil de entender — tanto pra quem vive isso, quanto pra quem tá por perto.
A verdade é que ser bipolar não é apenar mudar de humor, envolve episódios intensos de euforia, conhecidos como mania, e períodos de depressão profunda. E essas fases podem durar semanas ou até meses. Vamos entender melhor como tudo isso funciona e e como o psiquiatra pode te ajudar.
O Que é Transtorno Bipolar?
O transtorno bipolar é, basicamente, uma condição traz uma oscilação entre momentos de energia extrema e fases de tristeza ou apatia. E essas mudanças não são sutis. Na fase de mania, a pessoa pode sentir uma confiança exagerada, falar sem parar, fazer planos malucos e até correr riscos que normalmente não correria, episódios de compras de forma abusiva ou com valores estratosféricos são comuns. Já na fase depressiva, o cenário muda completamente: ela perde o interesse por tudo, se sente sem esperança e pode até ter pensamentos muito negativos.
O mais complicado é que essas fases não vêm com aviso prévio e, muitas vezes, quem passa por isso nem percebe que tá mudando. Pra quem tá de fora, pode parecer que a pessoa simplesmente mudou da água pro vinho, mas a verdade é que essas oscilações fazem parte de algo bem mais complexo.
Tipos de Transtorno Bipolar
Existem algumas formas de transtorno bipolar, cada uma com suas particularidades. O importante é entender que não existe “melhor” ou “pior”, e sim diferentes maneiras de como esse transtorno pode se manifestar.
Transtorno Bipolar Tipo I
O transtorno bipolar tipo I é o que muita gente imagina quando pensa em bipolaridade. As fases de mania, ou euforia são bem intensas, a ponto de a pessoa perder completamente o controle do que está fazendo. Isso pode envolver decisões impulsivas, gastos excessivos, dirigir perigosamente, e até comportamentos de risco. Depois, vem a fase depressiva, onde a pessoa desaba emocionalmente, com uma tristeza profunda e sem energia pra nada.
Esse tipo de bipolaridade é marcado por episódios extremos, e muitas vezes a pessoa acaba precisando de ajuda médica urgente pra estabilizar.
Transtorno Bipolar Tipo II
No tipo II, as fases de mania são mais leves — o que a gente chama de hipomania. A pessoa ainda fica mais agitada, cheia de energia, mas sem perder tanto o controle. O problema é que as fases depressivas tendem a ser bem mais frequentes e intensas.
Muitas vezes, quem tem esse tipo de bipolaridade pode nem perceber a hipomania, porque parece só um período “bom”, onde tudo tá funcionando. Já a depressão, essa sim, chama atenção, porque vem com força total.
Ciclotimia
A ciclotimia é uma versão mais “branda” do transtorno bipolar, mas não menos desafiadora. As oscilações de humor estão lá, mas elas não são tão intensas quanto no tipo I ou II. Mesmo assim, a pessoa vive numa montanha-russa emocional, indo de momentos de leve euforia a períodos de leve depressão, o que pode ser cansativo e frustrante.
Tratamento e Como Viver Melhor
Agora, a boa notícia: com o tratamento certo, dá pra controlar bem o transtorno bipolar. A vida pode ficar mais estável e tranquila, mesmo com as oscilações de humor. E o tratamento geralmente é uma combinação de remédios e terapia, cada um com seu papel fundamental.
Medicamentos
Os estabilizadores de humor são a base do tratamento pra quem tem transtorno bipolar. Esses medicamentos auxiliam no equilíbrio das emoções, pra que a pessoa não vá aos extremos. Em alguns casos, o médico pode prescrever antidepressivos ou antipsicóticos, dependendo dos sintomas. Mas tudo isso é feito com acompanhamento, porque cada caso é um caso, né?
Terapia
A terapia também é uma grande aliada. Conversar com um profissional ajuda a entender o que tá acontecendo, identificar os gatilhos que podem causar uma crise e desenvolver estratégias pra lidar com as mudanças de humor. Além disso, o terapeuta pode ajudar a pessoa a aceitar a bipolaridade como parte da vida, mas sem deixar que ele a controle.
Cuidando de Si Mesmo
Além dos remédios e da terapia, é importante a pessoa com transtorno bipolar cuidar de si mesma. Manter uma rotina de sono, se alimentar bem, fazer exercícios físicos e evitar estresse são práticas que ajudam a manter o equilíbrio. E, claro, contar com o apoio de amigos e familiares faz toda a diferença. Saber que tem gente por perto, pronta pra ajudar, pode transformar a maneira como alguém enfrenta o dia a dia.
Se você ou alguém próximo vive com transtorno bipolar, o recado é esse: existe ajuda, e ninguém precisa enfrentar isso sozinho. O primeiro passo é reconhecer que tá tudo bem pedir ajuda, e que com o tratamento certo, dá pra ter uma vida mais leve e controlada.
Fonte: G1